CABEÇA DE POETA
Na cabeça de Poeta
Os destinos não são poucos,
Pois mesmo sendo um profeta,
Acredita nos sonhos mais loucos.
CARTA PARA O POETA MARCO ANTÔNIO CORDEIRO
(FALECIDO EM SÃO PAULO-SP)
Meu amigo, meu irmão
Saberei agora dos teus rastros, poeta,
Menino universal, vate de aldeia,
Estranhando deslumbrado o caos metropolitano
Lamentando a especulação imobiliária
A deflorar a poesia das noites do centro paulistano
Com suas rodas de choro e a Liberdade.
Ah a liberdade...
Os pobres e tragos por entre conversas no bar,
Análise de conjuntura, MPB, filosofia,
As mulheres, ah! Herança de família...
Mitologia grega, anti-matéria, ufologia,
Como as histórias do poeta Luciano Magno,
A lembrar Alagoa de Baixo já tão distante
A esquina dos correios, o banco da praça,
Livros de Corsino de Brito e Alcides Lopes,
O batente da calçada de Áurea Freire,
O Kardecismo, o tarô de Eliane de Normando,
A Avenida Agamenon Magalhães, o Olavo Bilac,
Com que sonhas, sem saber que não mais verás,
Sem desconfiar que tua volta será congelada,
Como numa máquina do tempo,
Pra quando não mais existir passagem
E tudo for exatamente perene,
Conformação que hoje encontramos,
Ao relembrar estes teus delírios de homem do Moxotó,
Partilhamos por compadre Leonildes Roque
Exilados sociais de um país chamado Nordeste,
Ancorando vossa nau de saudades
No éter telúrico das madrugadas cheirosas
Enquanto por aí te consolas ao contemplar
O clone de Waldemar Cordeiro, (o Galego...)
E o mestre Dema, solitário te acolhe
Como um dos primogênitos pra um sarau celeste,
Enquanto a humanidade repousa no vômito,
Tua alma baila no rio de leite e mel...
E banha-se de vinho com as ninfas dos sonhos...
A DESCOBERTA
Os amores que sobrevivem escondidos
Como secreto perfume das flores
Por mais perigosos e proibidos
São os melhores de todos os amores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário